domingo, 25 de março de 2007

Feel alive

A Ana já não ia dançar há dois meses. Tinha tanta vontade… Combinou com o António ir ter com ele aquela discoteca onde ele vai com frequência e onde ela gosta tanto de ir. Antes pensou na roupa que devia vestir e depois de tomar um banho vestiu aquela camisola cor de laranja que tem um decote largo. A Ana gosta dessa cor, mas sempre que veste aquela camisola arrepende-se um bocado porque o decote tem tendência a abrir e a cair para os ombros.
Saiu de casa e quando entrou no carro, a musica começou a tocar ela sorriu. Finalmente ia voltar a dançar. Durante a viagem, o sorriso permaneceu. Quando ia a descer a Avenida da Liberdade, olhou para um jipe que ia ao lado do carro dela e viu um homem debruçado na janela com uma câmara apontada para ela a filmá-la. A Ana tentou acelerar mas não podia e não se incomodou mais e continuou a sorrir.
Chegou perto do local da discoteca e viu muita gente a andar nos passeios e na estrada. Ela voltou a sentir-se viva e livre. Chegou à porta da discoteca e como o António não estava lá, tirou o telemóvel da mala e ligou-lhe, mas ele não atendeu.
Nunca tinha estado assim sozinha à porta de uma discoteca e achou engraçado. Dirigiu-se ao porteiro, descreveu o amigo e perguntou-lhe se ele já tinha entrado. Ele disse que sim e ela entrou.
A Ana olhava mas não via o António. Foi ele que a chamou. Estava sentado de costas para o bar. Olharam, sorriram e cumprimentaram-se.
Ainda estava pouca gente e a Ana começou a dançar, embora lentamente. Ás vezes, é difícil mexer-se e libertar-se a dançar como fazia quando tinha dezoito anos.
A partir daí, a Ana só queria dançar e ter algum espaço para se movimentar. Também gosta de observar as pessoas que estão ali, ver a forma como dançam, as expressões, as bocas a cantarem, os olhares que se cruzam, os corpos que se aproximam e se tocam e acima de tudo os sorrisos que estão em muitas caras.
Há músicas especiais que recordam fases da vida, momentos e que ali perduram e a Ana sabe que passaram alguns anos mas também sabe que poucas coisas mudaram nela própria.
O tempo passa depressa e as luzes acenderam-se. Aí as pessoas olham umas para as outras e já parecem diferentes. A Ana tira do bolso a chapa do bengaleiro e olhou para o numero. Voltou atrás para mostrar ao António. Há coincidências…
Saíram e ficaram os dois a conversar cá fora e a olhar para todo o movimento das pessoas na noite. A Ana gosta de ouvir as histórias do António e sentia-se contente e com vontade de rir.
Andaram até aos carros que estavam muito próximos e despediram-se.
A Ana quis ir por um caminho mais longo. Ia a ouvir a música com o som alto e queria prolongar aquela noite por mais uns minutos. Mesmo já a chegar a casa, decidiu dar mais uma volta ao quarteirão para ouvir a música toda:

"Hunting For Witches"

I'm sitting, on the roof of my house
With a shotgun
And a six pack of beers, six pack of beers, six pack of beers.
The newscaster says, "The enemy is among us"
As bombs explode on the 30 bus,
Kill your middle class indecision,
Now is not the time for liberal thought,

So I go hunting for witches
I go hunting for witches
Heads are going to roll
I go hunting for..

90's,Optimistic as a teen.
Now its terror
airplanes crash into towers, into towers, into towers.

The Daily Mail says the enemies among us,
Taking our women and taking our jobs,
All reasonable thought is being drowned out by the non-stop baying, baying, baying for blood

So I go hunting for witches
I go hunting for witches
Heads are going to roll..
I was an ordinary man with ordinary desires
I watched TV, it informed me
I was an ordinary man with ordinary desires
There must be accountability
Disparate and misinformed
Fear will keep us all in place

So I go hunting for witches
I go hunting for witches
Heads are going to roll

I was an ordinary man with ordinary desires
I watched TV, it informed me
I was an ordinary man with ordinary desires
There must be accountability
Disparate and misinformed
Fear will keep us all in place

Block Party

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