A Ana e o Luis foram passar uns dias a Cabo Verde. Foram para a ilha da Boavista e alugaram um carro para conhecerem melhor a ilha.
Um dia saíram para ir pescar. O Luís adorava pescar. Passaram por varias povoações onde estavam meninos a jogar à bola no meio da estrada de terra. Eles afastavam-se, acenavam um adeus e sorriam. Encontraram várias praias, encontraram cabras a tentar pastar em erva quase inexistente e pararam em frente aquela praia com um grande areal branco. Chegaram lá e a praia estava vazia. A Ana despiu o vestido de verão e estendeu a toalha enquanto o Luís preparava a cana de pesca.
Ela aproximou-se dele e beijou-o. Era perfeito. Uma praia bonita só para os dois com aquele mar azul claro em frente.
O Luís fez o lançamento e a Ana entrou no mar e mergulhou. Começou a nadar naquela água morna, parou e olhou para trás. O Luís acabava de tirar o primeiro peixe. Ela riu-se e pensou que finalmente ele ia ter as desforras das tardes em que ia pescar e não apanhava nenhum peixe.
Voltou para o areal e foi ter com ele. A partir daí, o Luís não parou e passados alguns minutos a areia estava cheia de peixes. Olharam e riram-se. A Ana tirou-lhe fotos junto aos peixes e acharam que já chegava.
Depois deitaram-se os dois na areia e beijaram-se. O Luís sentiu o sal no corpo da Ana e desejou-a. Fizeram amor e ficaram os dois abraçados a olhar para o mar. O Luís levou a Ana ao colo e entrou no mar. Nadaram e brincaram como duas crianças.
Ficaram até ao pôr-do-sol.
Entraram no jipe e pararam na aldeia mais próximo junto de um café.
Era um café pobre e que também servia de mercearia. Estava uma mulher atrás do balcão e um menino com uns 7 anos. O Luís contou que tinham pescado muito peixe e perguntou se o queriam. A senhora disse que sim e o Luís foi buscar o saco cheio de peixe.
A Ana falava com o menino que se chamava João Carlos. Era um menino calmo e com uns olhos cheios de vida. Ele foi buscar uns livros da escola para mostrar e disse que adorava ler e começou a ler em voz alta enquanto a mãe sorria cheia de orgulho.
Já passaram uns anos e a Ana escreve e recebe cartas do João Carlos e envia-lhe livros pelo correio. O João Carlos gosta de ler as cartas da Ana em que ela lhe conta o seu dia-a-dia numa cidade grande como Lisboa e fala-lhe de coisas simples e rotineiras mas que para ele são diferentes.
O João Carlos já deixou a escola e é pescador como o pai, mas à noite lê os livros que a Ana lhe envia e sonha com o Mundo.
sexta-feira, 9 de março de 2007
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