Ontem fui levar flores a duas pessoas da minha vida. Sem pressas, fiquei lá e percebi que já não há nada a fazer. Não adianta pensar no que não fiz e devia ter feito, no que não aconteceu e devia ter acontecido e naquilo que não disse e devia ter dito.
Primeiro abracei uma mãe que perdeu um filho e chorámos, depois e não foi por acaso, brinquei com um menino que perdeu o pai. Ele chegou passados uns minutos e eu nem fazia ideia que o pudesse encontrar. Provavelmente foi um presente que alguém me quis oferecer. Assim estive muito mais perto quando pude olhar para os olhos dele. Foi um momento inesquecível para mim.
Depois fui também a menina que ficou sem pai. O sol estava muito quente. Ajoelhei-me, pus as mãos no mármore, olhei em frente e vi o azul da foz do rio Mondego e achei que me querias dizer que estás em paz. Disseste-me para me lembrar dos nossos momentos, do teu colo e dos teus últimos abraços.
E disseste-me para sorrir.
domingo, 11 de março de 2007
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1 comentário:
"This is a weeping song" .... shared by so many people known for its suffering and not for its faces. Their faces are lost in a crowd that in a quiet silence ask why to the world!
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