Naquela noite lia sentada na cama do meu antigo quarto da
casa dos meus pais, na minha terra, onde vou poucas vezes e quando volto lá sinto sempre alguma
tristeza, nostalgia e saudades.
O meu pai passou a dormir naquele quarto nos seus últimos anos
de vida. Na manhã em que soube da morte do meu pai e entrei em casa, a luz do candeeiro da mesa-de-cabeceira
estava acesa.
Naquela noite enquanto lia o livro “A um Deus desconhecido”
do John Steinbeck, estava numa parte em
que o Joseph e a Elisabeth tinham atravessado uma floresta para ir a um local
que os encantava. Era uma clareira com um grande rochedo com musgo e água que
brotava. Ela sentiu que algo mau ia acontecer e nesse momento a luz do
candeeiro começou a piscar até que por fim apagou-se.
Ela ficou a pensar que a lâmpada do candeeiro tinha muitos
anos e devia ser mudada mas por outro lado pensou que talvez alguém não
quisesse que ela lesse aquela parte do livro nessa noite. Deitou-se e
fechou os olhos. Passados uns minutos a lâmpada do candeeiro acendeu mas ela
decidiu que não ia ler mais nessa noite e apagou a luz.
No dia seguinte, ela abriu o livro e continuou a ler. Logo a
seguir acontecia a morte de um dos personagens…