domingo, 30 de maio de 2010

Dying slowly

Encontravam-se à noite em casa.
Já estavam casados há alguns anos. Tinham dois filhos, fruto de um amor que agora já não existia.
Tinham jurado no altar ficarem juntos e serem fiéis.
Ela já tinha desistido de ser feliz. Habituara-se à rotina e já nem sentia falta de carinho ou de sexo. Achava que quanto mais tempo passava sem ele menos falta sentia.
Ele ainda se sentia um jovem e já não sentia qualquer atracção por ela. Ainda tinha alguns sonhos mas pretendia cumprir o compromisso e permanecer naquele lar pago a prestações ao banco onde se vivia uma paz podre.
Não se importava com isso e passava algumas horas da noite em frente ao seu portátil a tentar encontrar e comunicar com algumas mulheres disponíveis que pudessem alimentar o seu sonho.
Ele dizia-lhes a sua verdade. No fundo pretendia conhecê-las, dizia que queria amá-las e dar umas quecas à hora de almoço ou ao fim da tarde.
Até agora não conseguiu ter sucesso nesta busca. Muitas vezes acabava as suas noites a masturbar-se ao mesmo tempo que via fotografias delas e imaginava que tocava os seus corpos jovens e belos.
Depois ia deitar-se.
A mulher ressona. Ele vira-lhe as costas e pensa no dinheiro que ambos auferem ao fim do mês, em todos os bens que adquiriram ao longo dos anos e na vida confortável que têm.
Sim, é verdade que dorme com uma estranha. Nem sabe se ela terá outro homem.
Ela também não sabe nada dele. Praticamente já não existe diálogo nenhum entre eles.
Mas isso não lhe interessa. Sabe que a sua obrigação é continuar ao lado dela.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Transmission

Não fiques triste.
Ouve aquela música.
E dança, dança, dança.
Vai para a rua e mostra-te.
Vê os que gostam de ti.
Os que olham para ti e vêem a tua alma.
Vive, vive, vive.
Já sabes que um dia vais morrer.
Ouve aquela música.
Sente o entusiasmo a crescer.
Deixa as palavras.
Com elas só vais perder.
Não faças de conta.
Sente, sente, sente.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Ventos animais II

Desejos mentais.
Pecados carnais.
Sopram os uivos.
Mistérios da lua.
Desenhos no corpo.
Garras insatisfeitas.
Rasgam a pele.
Ruídos inquietos.
Sussurram na noite.
Sonhos perversos.
Cruzam-se olhares.
No silêncio que grita.
Entram sequiosos.
Encontram-se as almas.
Humanas e pérfidas.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sensações CXXV



The flaming stars - You don't always want what you get

terça-feira, 25 de maio de 2010

Protect me from what i want II

Já não sei quem fala mais alto.
A minha intuição ou a minha razão.
Mas desta vez vou dar ouvidos à razão.
Ela nunca me deixa ficar mal.
Posso deixar passar uma oportunidade única.
Mas como não vou vivê-la nunca saberei.
Sei que não é como eu desejava.
Talvez isso me baste para não continuar.
Hei-de perseguir um sonho que talvez seja só meu.
E não posso trair aquilo em que sempre acreditei.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

24 de Maio



Abba - Chiquitita

Quem me dera que estivesses cá neste dia.
Dedico-te esta música triste de que tanto gostavas.
Triste mas com esperança.
Acho que nunca entendeste o verdadeiro significado da letra desta música.
Mas não precisavas porque sei que a sentias.
Eu também sinto cada vez que a ouço.
Tu sabes. Eu sei. Nós sabemos como foi.
Tenho tentado viver sem ti.
Fica sempre um vazio por não te ter dado mais.
Um vazio porque só posso ver-te em fotografias ou filmes.
Um vazio porque não consigo ouvir a tua voz nem sentir os teus abraços.
Mas estou viva Pai. Só peço que me ajudes a guardar todas as memórias de ti.
Incluindo aquelas em que me fazias ouvir esta musica contigo.

domingo, 23 de maio de 2010

Sensações CXXIV

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sail away

Vou saciar o meu desejo de sol e mar.
Quero voltar a entrar nele como se fosse a primeira vez.
Mergulhar o meu corpo sedento e cansado.
Sentir novamente a leveza na minha alma.
Parar umas horas dentro de mim.
Quero dançar e embriagar-me na música.
Ser livre e invisível.
Sair do jogo.
Inventar as minhas regras.
E a partir daí, vou ganhar.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

In a hole

Nada o satisfaz.
O seu rosto mostra o aborrecimento que sente com tudo o que o rodeia.
Já pensou em mudar de vida.
Afinal nada nem ninguém o prende aqui.
Talvez devesse emigrar.
Ir para um sitio onde ninguém o conheça e recomeçar uma nova vida.
Aqui tudo lhe parece falso, pequeno e vazio.
As pessoas falam com ele e não tem nada para lhes responder.
Fecha-se cada vez mais no seu mundo onde permanece numa espécie de estado vegetativo.
Às vezes apetece-lhe gritar:
Deixem-me em paz. Não me peçam nada porque eu nada tenho para dar.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Parabéns Maninha!



GNR - Valsa dos detectives

Adoro-te...

terça-feira, 18 de maio de 2010

Carícias malícias

Usa.
Usa e abusa.
Quem te disse que ela era frágil?
Só tens de aproveitar os sonhos dela.
Para entrares.
Basta entenderes como a fazes sorrir.
Vais ver que é fácil.
Ela não te pede nada.
Mesmo que não lhe dês o que ela sonha.
Basta fazê-la acreditar.
Ainda que sejam poucas horas.
Usa.
Usa e abusa.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sensações CXXIII



The National - Anyone's ghost

Estou a voar...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sometimes

Ela também gostava que ele regressasse.
Gostava de começar tudo outra vez.
Doutra forma.
Desta vez gostava de conhecê-lo e deixá-lo entrar no seu mundo.
Gostava de ver-lhe a alma.
Gostava que fosse possível mais uma vez.
Mais uma vez.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Biblioteca espectral

Estava eu e o diabo num quarto. Estávamos rodeados de livros. Ele lia-me histórias de horrores.
Aparentemente eu não tinha medo. Mas perguntava a mim própria como tinha ido ali parar.
O diabo parecia gostar de mim. Sorria-me enquanto soletrava as palavras com uma dicção perfeita.
De vez em quando abraçava-me e dizia-me que eu estava no bom caminho.
Dizia que me conhecia como a palma da sua mão.
Dizia que gostava da minha fragilidade aparente e que queria proteger-me.
Senti uma certa atracção por ele o que me despertou a libido.
Ficámos horas e horas assim naquele quarto escuro.
Não sei como acabou porque entretanto acordei.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Quero morder-te as mãos

Esta criatura pérfida entrega-se aos prazeres mundanos carnais.
Vive sempre desassossegado.
Procura constantemente a sua próxima vítima.
Persegue-a com palavras voluptuosas.
Encanta-a com o seu olhar faminto e luxurioso.
Astuto raramente perde uma oportunidade.
Com um desejo incontrolável de apropriação.
Sente-se um libertino, um homem do Mundo.
Deseja percorrê-la com as suas mãos.
Ouvir-lhe os gritos insaciados.
Gosta de fixar os olhos no momento da explosão.
Quer revelar-lhe a sua mente insana.
Ouvir os mais íntimos segredos.
E no final, escrever uma história.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Lies

Preferes viver uma mentira.
Enganar-te a ti próprio.
Ser fiel a uma tradição podre de valores.
Não arriscas a tua segurança aparente.
Não queres ficar sozinho.
Não consegues mudar.
Não sabes que é preciso coragem para viver a verdade.
É mais fácil acomodar o teu viver onde definhas o teu querer.
Enterras uma vida porque tens medo de perder.
E ficas só.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Time is running out

Depois de algum tempo de paragem voltas a perseguir o teu sonho.
O teu sonho ridículo em que só tu acreditas.
Já todos te provaram que ele não existe mas tu insistes.
Continuas com aquela ingenuidade estampada no rosto.
Voltas a sorrir e a acreditar que estás viva.
Nem sequer percebeste o tempo que já passou.
Agarras-te com unhas e dentes à tua imaginação.
Se percebesses os sinais do teu cansaço.
Mas ficas cega e nada te detém.
Devias encontrar um caminho sem saída que te obrigasse a parar.
Mas não, caminhas sempre por atalhos sem fim.
Que não te levam a lado nenhum.

sábado, 8 de maio de 2010

Sensações CXXII



The National - Bloodbuzz Ohio

Apaixonada...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Butterfly

Tens um olhar bonito e sonhador.
Às vezes o teu olhar fica triste.
Nessa altura fazia tudo para te ajudar.
Mas não posso.
Outras vezes o teu olhar diz-me que esperas.
O teu olhar que prefiro é o que tem um brilho.
Aquele que sorri mesmo no fundo.
Aquele que também me leva para longe daqui.
Aquele em que sei que ficas ausente.
Aquele em que ficas mais perto.
Daquilo que esperas e talvez nunca encontres.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Does this mean you're moving on

Corro, corro atrás do tempo que perdi.
Fujo de ti, de mim e de nós.
Perco os dias que desperdicei sem fazer amor.
Lembro-me de um dia ter sido amada.
Sinto o amor que te quis dar a transbordar.
Vivo num abrigo onde nunca entraram.
Construo sonhos e paredes que crescem.
Esqueço-me das noites que passei sem dormir.
Faço de conta que nada aconteceu.
Vivo os dias e os breves instantes.
E mato o depois.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Bird gerhl

Tenho tendência para ser atraída por pessoas comuns, diferentes e especiais.
Ontem disseram-me que talvez eu tenha este dom.
A música, as palavras e a diferença são como um íman.
Estas pessoas enriquecem os meus dias.
A distância que nos separa é sempre grande.
Algumas nunca vi mas sei que existem.
E um dia por acaso cruzei-me com elas por qualquer razão que eu desconheço.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Anyone's ghost

Fico num adormecimento confortável.
Prometo que não vou mexer-me.
Vou ficar quieta e esperar simplesmente.
Não sei se o tempo passará depressa ou devagar.
Mas não vou cansar-me mais a imaginar ou a desejar.

domingo, 2 de maio de 2010

Parabéns Mães!

Hoje é o dia de todas as mães que sentem o amor incondicional pelos seus filhos.
Das corajosas e também das que sentem medo em alguns momentos.
Daquelas que ensinam e aprendem.
Daquelas que dão asas aos filhos e esperam que eles não fujam.
Hoje é o dia das mães presentes ou ausentes que estão sempre perto.