segunda-feira, 16 de abril de 2007

Os três sentidos

Naquela manhã ia até lá. As pessoas que me conhecem bem sabem que é um dos meus esconderijos preferidos. No meio da cidade e tão longe.
Sentei-me na esplanada vazia em frente ao court de ténis. O court fica em baixo e à volta existe um anfiteatro feito de pedra.
O silêncio era interrompido pelo canto dos pássaros, o som da bola a bater na raquete e o som dos aviões que ali passam.
Gosto de todos eles. O primeiro cheira a primavera, a flores, a pinheiros e eucaliptos. O segundo é tranquilizante e bonito.
O último faz-me voar também.
O homem desceu para o court e começou a alisar a terra. Andava para a frente e para trás no campo de cor de tijolo. Depois agarrou numa mangueira e começou a regar a terra. No fim ficou aquele cheiro que eu adoro da terra molhada.
Olho, ouço e cheiro e sinto que o conjunto é perfeito.
Aquela manhã em que o sol estava quente poderia ser uma tela com muitas cores, uma música bonita e calma e um perfume ainda por inventar.

Sem comentários: