quarta-feira, 13 de junho de 2007

Verdade ou consequência

- Quero ver-te. Vamos sair?
- Não me apetece. Vou ficar em casa. Quero estar sozinha. Não sou boa companhia.
- Não me digas não. Preciso de olhar para os teus olhos. Eles nunca me mentem nem dizem as palavras cruéis que a tua boca ultimamente me tem dito.
- A minha boca é mais verdadeira que os meus olhos. Os meus olhos são traição e não são verdes.
- Não. Os teus olhos mostram sempre o que sentes.
- Está bem. Faço-te a vontade. Se é importante para ti, vais ver-me. Mas não tenho nada para te dizer. Se os meus olhos te dizem tudo…

- Estás tão calada. O que tens? Fala comigo.
- Eu avisei-te. Então o que vês nos meus olhos?
- Não sei. Desta vez, os teus olhos estão estranhos.
- Porquê? O que eles te dizem?
- Não sei bem. Talvez um vazio.
- Pois, talvez sim. Deixa lá. Não és tu, sou eu.

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