Quando vou aquele super-mercado está lá sempre o mesmo homem sentado no chão à entrada.
Uma das pernas dele tem a grossura do meu braço. Ele puxa as calças dessa perna para as pessoas verem. E fica ali o dia todo a pedir, mas em silêncio. Se alguém lhe dá comida ou uma moeda ele agradece.
Já o vejo ali há muito tempo e desde o início comecei a nutrir uma simpatia por ele.
Ele já conhece a minha cara e também acho que gosta de mim.
A ultima vez que fui lá, saí carregada com vários sacos e ainda antes de lhe dar uma moeda, ele perguntou-me se eu precisava de ajuda.
Eu agradeci-lhe e disse que não era necessário.
De vez em quando penso nele e tenho vontade de um dia o convidar para ir comigo a um café ali próximo.
Gostava muito de me sentar com ele a conversar. Gostava de conhecê-lo melhor e de saber como é a vida dele para além daquela que eu observo.
Qual será o nome dele?
Melhor seria se me sentasse no chão com ele ou se o convidasse para jantar em minha casa.
Curiosamente, o livro que acabei de ler e que adorei, “Mendigos e altivos” do Albert Cossery fala de vários mendigos, um deles bastante culto e sábio que diz que só os mendigos conseguem sentir a paz verdadeira.
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
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4 comentários:
Tens de ler também o conto dele intitulado «Os esfomeados só sonham com pão».
Ah, e é fácil, basta perguntares o nome a ele na proxima vez que o vires :)
Sim, vou fazer isso :)
muito baixo ap
podemos começar por 3m ac?
vou lembrando o pedido de uma mãe
de não haver vinho e veio vinho
mas sabes lá se tem nome
os pombos já comem para além do trangénico, os teus ditos esfomeados
acho que não entendes
nem estás perto disso
um sonho de pão?
65 90 etc
amassa enrola bate e repete
eu quando entro pergunto, o que é que queres? vem sandes lete doce, correspondo
claro que gostar de mim não faz parte
fica com o tal olhar
e responde ao cumprimento, elevando os olhos e baixando de seguida
vai sendo
e nem já me lembro, do que um aero vale em vacinas
como tal tg
nem prometas
Sr.(a) Anónimo(a), o que é muito baixo?
Penso que interpretou mal o que escrevi. Não quis escrever sobre a pobreza de uma forma fútil ou superficial. Apenas quis exprimir a minha vontade de conhecer aquele homem e conversar com ele.
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