O Constantino era um rapaz mestiço de pele clara e olhos verdes.
Estava à porta do restaurante. Olhou para elas e sorriu.
Começou a falar. Falava muito baixo. Disse-lhes que estava à espera da meia-noite. A essa hora, um empregado do restaurante prometeu dar-lhe comida.
Disse que tinha fome.
Contou-lhes que estava em Lisboa há 3 anos.
Disse que antes, na África do Sul teve algumas namoradas que tinham casa própria.
E sorriu.
Elas entraram no restaurante. Ele ficou à porta.
Elas saíram. Ele perguntou:
- Já comeste?
- Sim.
- Alimentaste o estômago e a alma?
- Só o estômago.
O Constantino disse que andava perdido e que precisava de uma mulher que o salvasse.
Disse que tinha fome.
Ela disse-lhe que não o podia salvar. Ofereceu-lhe uma sandes de presunto e a nota mais baixa.
Pensou que o Constantino era um rapaz corajoso e ela sentiu-se cobarde por dar apenas aquilo que não lhe faz falta.
terça-feira, 5 de maio de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário