Ainda éramos crianças. O meu quarto era no sótão.
Naquela tarde decidi abrir a porta ao lado do meu quarto e explorar o que lá existia.
Entrámos os dois e tínhamos de baixar-nos para não batermos com as cabeças nas telhas.
Ali estavam guardadas coisas antigas cheias de pó.
Olhámos para uma mala velha misteriosa e abrimos a mesma.
Lá dentro estavam mais de uma centena de cartas escritas nos anos sessenta.
Eram cartas cheias de sonhos, desejos, promessas, saudades, esperança e muito amor.
Acho que foi o primeiro contacto que tivemos com o amor entre um homem e uma mulher.
Cartas de amor…
segunda-feira, 29 de março de 2010
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3 comentários:
A maior solidão é a do ser que não ama.
A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo.
Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno.
Ele é a angústia do mundo que o reflecte.
Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o património de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre :)
Vinicius de Moraes
Quando Criança (Poema)
Houve uma época em que eu podia voar.
Podia atravessar muros.
Podia enfrentar dragões.
Podia salvar donzelas
e matar mil feras;
ou derrotar o mais terrível dos vilões.
Tudo pelo prazer de imaginar.
Já hoje, não tenho o mesmo tempo
nem tenho a mesma força de vontade.
Tenho apenas as pontas dos meus lápis,
que, ao menos por enquanto,
permitem que eu escreva.
Sim, foi contigo :)Esta história e tantas outras que nos ficam na memória...
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