- Estou tão contente. Encontrei a mulher da minha vida.
- Não quero desmoralizar-te mas gostava de ter contado as vezes que já me dissestes isso.
- Nada nem ninguém vai convencer-me do contrário.
- Mas tu não a conheces só há duas semanas?
- Sim. Mas ela tem tudo o que eu sempre desejei.
- Estás encantado mas não tens argumentos credíveis para afirmares uma coisa dessas. Estás fascinado com a beleza exterior dela. Tenho a certeza que ela tem outras qualidades, mas não a conheces. Nem ela a ti. Aliás, quando ela te conhecer….
- Lá estás tu. Parece que queres estragar tudo.
- Eu já passei por isso. Estás naquele estado aparvalhado. Provavelmente isso não passa de uma atracção física e não deve durar mais que nove semanas e meia.
- PORRA! CALA-TE! ELA É A MULHER DA MINHA VIDA! TENHO A CERTEZA!
- Depois eu não vou dizer: Avisei-te.
- Lalalalalalalalalalala. Já não estou a ouvir nada do que tu dizes.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Quanta revolta ! Quanto desalento !
A vida tb é feita disso ..., mas não só ...
"Susana", um dia destes descobres que afinal também há paixão apenas de sentimentos, onde o "carnal" já pouco importa, e o carinho e ternura têm que ser reais.
Dói-me ver alguém escrever como tu, e perceber que é sentido !
Romão.
Quando estou a ter um sonho muito fixe, onde tudo é perfeito também odeio quando o despertador toca e me traz de volta à realidade. Dá-me mesmo vontade de gritar: "F**a-se! Cala-te cab*ão! Não quero ouvir-te! Acabáste de destruir o meu sonho maravilhoso". Por vezes é fim de semana e o despertador não toca. Nessas alturas o sonho dura mais, mas acaba sempre por ou mudar para algo diferente ou terminar quando acordo.
Um dia passei pelo stand e vi um carro. Tinha as linhas mais esbeltas que alguma vez tinha visto. Já tinha tido essa sensação várias vezes anteriormente, mas nunca tinha visto nenhum como este. Era caro mas decidi comprá-lo. Um amigo aconselhou-me a ver melhor as características técnicas dele e compará-las com outros modelos da mesma gama, mas nenhum era de longe tão belo como este. Era este que eu queria, não havia qualquer dúvida. Comprei-o. Senti uma satisfação enorme a preencher-me. Finalmente era meu! Consegui! Comecei imediatamente a experimentá-lo. Que prazer andar com ele. Gastava um bocado mais combustível do que eu gostaria, mas a beleza das suas linhas justificava esse esforço suplementar para a carteira. Com tempo descobri que o porta-bagagens não era muito espaçoso, mas para se ter linhas esgonómicas há que fazer concessões. O preço da gasolina subiu e tornou-se difícil manter a despesa, o que era irritante, especialmente quando na altura que o comprei havia outros quase tão giros a diesel. Mas o meu continuava a ser o mais giro...mesmo após o retoque na pintura que tive de fazer quando um sacano mo riscou. A certa altura comecei a ter problemas na transmissão. Levei-o à oficina e o mecânico disse que o arranjo seria caro e que este modelo tinha reputação de ter avarias frequentes, que devia ter tido mais cautela ao escolher. Comecei a pensar se toda a beleza dele justificava a montanha de despesas que já tiha tido com ele. Passados uns anos e já farto vendio-o em segunda mão. Foi um alívio ver-me livre dele. Que bom soube! Estava embuído nestes pensamentos quando ao passar por um stand reparei num carro na montra. Apaixonei-me imediatamente. anteriormente tinha escolhido mal, mas este era o carro da minha vida, não havia qualquer dúvida e ninguém me poderia dissuadir.
Romão, não sinto revolta nem desalento. E sim, o que descreves deve existir. Este diálogo só queria mostrar uma situação que acontece muito...
Rael, metáforas com carros? :)
Enviar um comentário