Um dia ela encontrou-o.
Foi ela que lhe escreveu a primeira carta. A partir daí trocaram várias em que as palavras assumiam toda a importância que eles quisessem dar.
Ela chegava e abria a caixa do correio à espera de mais uma carta. Abria cada carta e lia cada frase com sofreguidão. Apesar da perigosidade não se protegia e deixava-se levar por elas com paixão. Depois relia-as várias vezes com mais calma e gostava de encontrar pormenores onde ele se revelava de uma forma subtil.
Quando não tinha noticias dele ficava a imaginar se ele estaria bem ou o que lhe teria acontecido. E esperava.
Por vezes, ela apesar de nunca o ter visto, quando lhe escrevia, fazia-lhe confissões do seu eu porque sabia que ele ia entendê-la.
Ela gostava quando ele escrevia o seu nome. Era tão raro poder ler o seu nome escrito por outra pessoa.
Assim ficava com a certeza de que existia.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
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