terça-feira, 10 de abril de 2012

Birg gerhl

Hoje faz treze anos que me casei.
Foi um dos dias mais bonitos e mais felizes da minha vida.
Acreditei que fosse para sempre.
Todas as pessoas à minha volta perceberam que o sonho tinha chegado ao fim e eu continuava a querer acreditar mesmo quando a minha vida se desmoronava dia após dia.
Nessa altura tomei a decisão mais difícil da minha vida e matei o meu sonho.
Precisei de um ano, seis meses e vinte e um dias para hibernar.
Depois numa noite em que fui a um concerto sozinha, numa determinada música senti que estava a renascer.
Saí do coliseu a andar muito devagar. De repente sentia-me leve e livre.
No ano seguinte fui a outro concerto já acompanhada de várias pessoas e depois do concerto dois amigos levaram-me para dançar num local onde eu já não entrava há muitos anos.
O que seria de mim sem o nosso fruto, sem o amor que dei e recebi, a minha família, a musica e os amigos?
Nada.
E se não voltar a ter alguém?
Não sei.
Ainda acredito?
Sim, às vezes fico muito cansada, desiludida mas acredito.
Incutiram-nos esta ideia de termos um par?
Sim, talvez.
Os príncipes e as princesas não existem. Mas existem homens e mulheres sós que gostam da mesma música, que têm os mesmo valores, que se olham e se encantam.
Homens e mulheres cheios de defeitos, medos e traumas que se encontram ou se desencontram, que arriscam ou que fogem.
E para além disto tudo existe a vida onde podemos dar e receber amor de tantas formas.
E a solidão, o vazio e a insatisfação?
Também existem em muitos dias e aprendemos a lidar com eles. A aceitar, abraçar, sair para a rua e continuar a viver.

1 comentário:

Pedro disse...

A wish is a desire without an attempt