A noite está a ser a minha companhia.
Eu ouço-a no silêncio e ela escuta os meus pensamentos.
Nesta noite ela fez-me entender que as palavras escritas nos
computadores cansam-me.
Sim, é por isso que sinto este sono que me invade.
Estas palavras distantes e vazias não valem nada.
São fantasmas assim como os sonhos que se constroem baseados
nestas palavras.
Gosto das palavras que leio nos livros feitos de folhas de
papel.
Pelo menos posso tocar nas folhas.
Estas palavras são demasiadamente distantes.
Os sonhos são uma droga potente e eu sou viciada neles.
Assim decidi que os próximos sonhos que hei-de ter serão
palpáveis e visíveis.
Vou matar todos os outros que me deixam exausta.
1 comentário:
JP o Bernardo Soares escreveu "O sonho é a pior das cocaínas', porque é a mais natural de todas. Assim
se insinua nos hábitos com a facilidade que uma das outras não tem, se prova sem se querer, como um veneno dado. Não dói, não descora, não abate - mas a alma que dele usa fica incurável, porque não há maneira de se separar do seu veneno, que é ela mesma." :)
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