segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O teu perfume

O cheiro a rio e a mar da tua cidade, que sentimos ao chegar.
O cheiro da tua casa.
O teu cheiro no casaco que vestias.
O cheiro da tua almofada.
O cheiro dos livros que estavam dentro das malas.
O cheiro da nossa infância, das nossas histórias, de nós.
O cheiro que sentimos quando levantámos a caixa do correio na porta da pastelaria.
Era o mesmo cheiro que trazias quando chegavas ao fim do dia a casa e te abraçávamos.
O cheiro das flores que deixámos ao pé de ti.
O cheiro da terra.
O cheiro de partir.
No fim, ela abriu a janela do carro e pôs o braço de fora a dizer adeus ao Rio Mondego, à cidade e a ti.

1 comentário:

Anónimo disse...

O cheiro,
Tão bom.
Lembra-me o cheiro do meu pai.
Uma mistura de lareira, enchidos, lenha, giesta e pele.
Beira Alta... Já não me lembro do nome dos potes negros com três pernas, muitos.
Acho que esse cheiro, que adoro começa por aí, mais os pinheiros, a bosta e o ritual da matança do porco.

O cheiro da giesta