Passaram quase dez anos. A minha vida foi mudando ao longo deles. Ele esteve sempre presente, resistente à chuva, ao vento, sol, riscos, furos, avarias e a alguns choques leves.
Às vezes sinto-me farta dele, mas agora que se aproxima a hora de lhe dizer adeus, já sinto alguma nostalgia.
terça-feira, 29 de abril de 2008
sábado, 26 de abril de 2008
Estados III
Faz-me confusão adquirir coisas que me prendam ao futuro que eu não conheço. Sinto-me asfixiada e cheia de dúvidas mesmo antes de as ter.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
quinta-feira, 24 de abril de 2008
terça-feira, 22 de abril de 2008
A big black cloud come! O comes to Tupelo!
Ontem verifiquei mais uma vez, que actualmente os fumadores são tratados como criminosos.
Durante o concerto no coliseu, quando os seguranças detectavam algum fumo no ar, apontavam uma lanterna para o possível suspeito.
Fiquei impressionada.
Durante o concerto no coliseu, quando os seguranças detectavam algum fumo no ar, apontavam uma lanterna para o possível suspeito.
Fiquei impressionada.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Desculpa-me
Hoje errei. Vi-te chegar, abracei-te e logo a seguir separámo-nos.
Vi os teus olhos tristes. Devia ter ficado contigo. Eu sei que existem coisas que não entendes e eu não sei explicar-te.
Eu sei o que tu gostavas. Contaste-me ontem o teu sonho. Mas tu não sabes que há sonhos que não se podem realizar.
Vi os teus olhos tristes. Devia ter ficado contigo. Eu sei que existem coisas que não entendes e eu não sei explicar-te.
Eu sei o que tu gostavas. Contaste-me ontem o teu sonho. Mas tu não sabes que há sonhos que não se podem realizar.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
18h30m
Vejo caras cansadas depois de um dia de trabalho. Alguns estão de olhos fechados e parece que conseguem dormitar uns minutos. Outros têm um olhar fixo e vazio.
A rapariga escreve um sms e o homem ao lado inclina-se e olha para o telemóvel dela como se quisesse ler o que ela escreve.
O rapaz que vai à frente da porta do metro, olha para o seu reflexo e penteia com os dedos o seu cabelo moderno e levantado. Parece confiante.
O cego passa e diz ao ritmo de hip hop enquanto bate com a bengala no chão:
- Alguém tenha a bondade ou a possibilidade de me ajudar por favor.
Nunca vi, mas já me contaram que ele tem mau feitio e que insulta as pessoas quando não lhe dão nada.
A voz da senhora diz:
- Próxima estação: Colégio Militar.
A rapariga escreve um sms e o homem ao lado inclina-se e olha para o telemóvel dela como se quisesse ler o que ela escreve.
O rapaz que vai à frente da porta do metro, olha para o seu reflexo e penteia com os dedos o seu cabelo moderno e levantado. Parece confiante.
O cego passa e diz ao ritmo de hip hop enquanto bate com a bengala no chão:
- Alguém tenha a bondade ou a possibilidade de me ajudar por favor.
Nunca vi, mas já me contaram que ele tem mau feitio e que insulta as pessoas quando não lhe dão nada.
A voz da senhora diz:
- Próxima estação: Colégio Militar.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
De verde
Se ainda estivesses cá, tenho a certeza que estávamos a gritar agora ao telefone, o nome do nosso bonito clube "Sporting!"
terça-feira, 15 de abril de 2008
segunda-feira, 14 de abril de 2008
O medo
Um homem de quarenta anos, fez-nos ameaças com um livro de cheques na mão direita e o poder na mão esquerda. Disse-nos que a nossa função é salvar vidas.
Mostrou-nos que somos criaturas sem valor e que a ditadura avança escondida.
No final deram-nos bolo e serviram-nos champanhe.
Mostrou-nos que somos criaturas sem valor e que a ditadura avança escondida.
No final deram-nos bolo e serviram-nos champanhe.
domingo, 13 de abril de 2008
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Estados I
Continuo a ouvir a mesma música, vezes sem conta. É viciante, o estado de letargia. De querer chegar não sei onde mas saber que estou sem forças para o conseguir.
Estou a recuar. As imagens passam em câmara lenta e vejo-me como era antes.
Sonho com pessoas que desapareceram e que nunca mais vi.
Não estou infeliz. Não estou feliz. Estou aqui, só a ouvir.
Estou a fugir do suposto caminho que devia seguir. Estou cansada e não me apetece andar às voltas.
Acho que vou ficar sentada e esperar.
Estou a recuar. As imagens passam em câmara lenta e vejo-me como era antes.
Sonho com pessoas que desapareceram e que nunca mais vi.
Não estou infeliz. Não estou feliz. Estou aqui, só a ouvir.
Estou a fugir do suposto caminho que devia seguir. Estou cansada e não me apetece andar às voltas.
Acho que vou ficar sentada e esperar.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
quarta-feira, 9 de abril de 2008
De volta
- Sabes, vou voltar para a grande cidade. E vou voltar a andar de metro. Acho que já nem sei andar de metro.
- Claro que sabes. É como andar de bicicleta. Nunca se esquece.
- Claro que sabes. É como andar de bicicleta. Nunca se esquece.
terça-feira, 8 de abril de 2008
segunda-feira, 7 de abril de 2008
domingo, 6 de abril de 2008
Inquietude
Olhas-me com um olhar desinteressado mas penetrante. Observas cada gesto meu ao milímetro.
Eu estou contida, sem saber como colocar as mãos e finjo que não me perturbas.
Tento disfarçar o meu ar tímido e olho para ti.
A minha voz sai embaraçada e faço um esforço para falar normalmente.
Não quero ter aquele ar desastrado e ridículo se tiver de fazer alguma tarefa normal à tua frente.
Tu escreves-me, depois lês-me em voz alta e dizes-me como eu sou.
Sim, essa sou eu.
Eu estou contida, sem saber como colocar as mãos e finjo que não me perturbas.
Tento disfarçar o meu ar tímido e olho para ti.
A minha voz sai embaraçada e faço um esforço para falar normalmente.
Não quero ter aquele ar desastrado e ridículo se tiver de fazer alguma tarefa normal à tua frente.
Tu escreves-me, depois lês-me em voz alta e dizes-me como eu sou.
Sim, essa sou eu.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Comia, comia e mais fome tinha
Desde pequena que cresci a ouvir musica. Os discos dos meus pais e os outros que eram meus, oferecidos por eles. Os chamados infantis, uns de musica e outros de histórias narrados por vozes bonitas.
Há um, que guardo na memória e que há algum tempo foi oferecido ao meu filho, em cd.
Era de um senhor chamado José Barata Moura. Cantava com a sua voz de intervenção e tocava viola acompanhado pelas vozes infantis da geração dos anos 70.
“Era uma vez um rei
Com uma grande barriguinha
Comia, comia
E mais fome tinha.
Bom dia, Sr, Rei!
Como passa Vossa Alteza?!...
Se continua a comer tanto
Vai rebentar com certeza".
Isto dizia o bobo,
No meio de uma palhaçada
Mas o rei continuava
Como se não fosse nada.
Bom dia, Sr, Rei!
Viva a Vossa Majestade!
Depois de tanto comer
Como é que ainda tem vontade?
Isto dizia a Rainha
Meia triste, meia zangada,
Mas o rei continuava
Como se não fosse nada.
Bom dia, Sr, Rei!
Vossa Alteza é o maior,
Um rei deve ser grande
Se for gordo ainda é melhor.
Isto dizia o cozinheiro
Olhando o rei de alto a baixo,
O rei que coma, que coma
Quero lá perder o tacho.
Bom dia, Sr, Rei!
Faz Vossa Alteza muito bem
Os reis são feitos para comer
Para beber e dormir também.
Isto dizia o conselheiro
Esfregando as mãos de contente
O rei que coma, que coma
Enquanto eu sou o Regente.
E para final desta história
Já com tanto que contar,
Vamos dizer-lhe amiguinhos,
Como o rei se passou a chamar
Sua Alteza de tanto comer,
Já só andava à cambalhota,
O povo chamou-lhe então
O não sei quê, é o "Rei bolota".”
José Barata Moura – Era uma vez um rei
Há um, que guardo na memória e que há algum tempo foi oferecido ao meu filho, em cd.
Era de um senhor chamado José Barata Moura. Cantava com a sua voz de intervenção e tocava viola acompanhado pelas vozes infantis da geração dos anos 70.
“Era uma vez um rei
Com uma grande barriguinha
Comia, comia
E mais fome tinha.
Bom dia, Sr, Rei!
Como passa Vossa Alteza?!...
Se continua a comer tanto
Vai rebentar com certeza".
Isto dizia o bobo,
No meio de uma palhaçada
Mas o rei continuava
Como se não fosse nada.
Bom dia, Sr, Rei!
Viva a Vossa Majestade!
Depois de tanto comer
Como é que ainda tem vontade?
Isto dizia a Rainha
Meia triste, meia zangada,
Mas o rei continuava
Como se não fosse nada.
Bom dia, Sr, Rei!
Vossa Alteza é o maior,
Um rei deve ser grande
Se for gordo ainda é melhor.
Isto dizia o cozinheiro
Olhando o rei de alto a baixo,
O rei que coma, que coma
Quero lá perder o tacho.
Bom dia, Sr, Rei!
Faz Vossa Alteza muito bem
Os reis são feitos para comer
Para beber e dormir também.
Isto dizia o conselheiro
Esfregando as mãos de contente
O rei que coma, que coma
Enquanto eu sou o Regente.
E para final desta história
Já com tanto que contar,
Vamos dizer-lhe amiguinhos,
Como o rei se passou a chamar
Sua Alteza de tanto comer,
Já só andava à cambalhota,
O povo chamou-lhe então
O não sei quê, é o "Rei bolota".”
José Barata Moura – Era uma vez um rei
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Bah!
Detesto pensar, que se num preciso momento olhasse para o espelho, via uma menina mimada, triste e perdida com medo de tomar uma decisão.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
O quarentão bem sucedido
O Luís tem 42 anos. Todos os dias veste fato e gravata para ir trabalhar. Tem boa aparência e as mulheres olham para ele.
Quase todas as noites vai ao ginásio depois de sair do trabalho. Tem orgulho no seu corpo que continua em forma.
Vive sozinho e tem um cão. O cão quase não o vê e passa muitas horas sozinho em casa. Faz um jantar rápido e logo a seguir senta-se na sua cadeira em frente à secretária na divisão lá da casa a que chama escritório.
Entra no msn e escolhe a Ana para tentar a queca da noite. Se ela não quiser tem outras na lista de espera. Pelo menos uma, na solidão da noite há-de aceitar.
A Ana disse que sim. O Luís sai de casa. Tem de fazer uns 20 km no seu jipe até a casa da Ana, mas precisa de deitar cá para fora sob a forma de um líquido branco, o stress acumulado ao longo de um dia de trabalho.
Quase todas as noites vai ao ginásio depois de sair do trabalho. Tem orgulho no seu corpo que continua em forma.
Vive sozinho e tem um cão. O cão quase não o vê e passa muitas horas sozinho em casa. Faz um jantar rápido e logo a seguir senta-se na sua cadeira em frente à secretária na divisão lá da casa a que chama escritório.
Entra no msn e escolhe a Ana para tentar a queca da noite. Se ela não quiser tem outras na lista de espera. Pelo menos uma, na solidão da noite há-de aceitar.
A Ana disse que sim. O Luís sai de casa. Tem de fazer uns 20 km no seu jipe até a casa da Ana, mas precisa de deitar cá para fora sob a forma de um líquido branco, o stress acumulado ao longo de um dia de trabalho.
terça-feira, 1 de abril de 2008
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