O muro que construí à volta de mim está tão alto que por mais que tente saltar não consigo sair.
A solidão faz-me um nó na garganta e por mais que me apeteça falar ou gritar não sai qualquer som.
Às vezes acredito e agarro-me a ti. Mas tu não entendes e deixas-me ficar.
É sempre a mesma sensação de ter e depois perder.
Se soubesses uma forma de me tirar daqui...
Permaneço assim e ninguém me pode salvar.
sábado, 30 de janeiro de 2010
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Inside me
Deito-me entre as palavras e a música.
Desejo-as. Fico com elas. Elas deixam.
Nunca tiveram medo. Não são cobardes.
Sinto-me tão bem.
Deixo-me estar assim.
Tenho mesmo quase tudo.
E o quase que falta é quase nada.
Dentro de mim...
Desejo-as. Fico com elas. Elas deixam.
Nunca tiveram medo. Não são cobardes.
Sinto-me tão bem.
Deixo-me estar assim.
Tenho mesmo quase tudo.
E o quase que falta é quase nada.
Dentro de mim...
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
26 de Janeiro de 2010
Parece que a partir de determinada altura nos tornámos pessoas tristes. Se calhar nunca fomos capazes de aceitar o que aconteceu. Tentámos ser independentes mas não conseguimos. Eu sei a dor, a insatisfação e a solidão que sentias.
Tentava animar-te mas também me sentia como tu. Era muito difícil para mim ver-te assim e estar ao pé de ti. Sentia-me irrequieta e desolada. Tentava ultrapassar e queria ajudar-te mas não era capaz.
Gostava tanto de te abraçar à chegada mas detestava ver-te dizer adeus com as lágrimas nos olhos quando eu saía.
Tive sempre medo que fosse a última vez. Afugentava essa ideia porque apesar de nem sempre te demonstrar o amor que sentia por ti, era demasiadamente penoso encarar essa ideia.
Há pessoas que estranham o facto de eu ainda estar tão agarrada a ti e à tua morte. Mas eles não sabem que eu nunca cortei o cordão umbilical que nos unia.
Eram raras as vezes que o fazias, mas gostava muito de te ver rir como antigamente quando bebias um copo a mais.
Gostava de fumar um cigarro contigo.
Gostava de ouvir a tua música.
Gostava de te ouvir falar com o teu neto.
Nos últimos tempos dormias muito para não pensares nas tuas memórias e nos teus fantasmas.
Eu também desejei fazer o mesmo quando morreste. Não imaginas as horas que passei à noite a pensar no que tu sentiste quando morreste.
Às vezes dizias que já não fazias nada por cá mas eu sei que gostavas de viver. Tenho medo do medo que tu sentiste.
E ainda me culpo por estar longe, sempre longe de ti.
Naqueles dois dias senti muito frio. Lembro-me de estar sentada na igreja e ver as minhas pernas a tremerem muito.
Uma parte de mim foi contigo.
E quero que saibas que foste o melhor Pai que eu podia ter tido. Obrigada.
Tentava animar-te mas também me sentia como tu. Era muito difícil para mim ver-te assim e estar ao pé de ti. Sentia-me irrequieta e desolada. Tentava ultrapassar e queria ajudar-te mas não era capaz.
Gostava tanto de te abraçar à chegada mas detestava ver-te dizer adeus com as lágrimas nos olhos quando eu saía.
Tive sempre medo que fosse a última vez. Afugentava essa ideia porque apesar de nem sempre te demonstrar o amor que sentia por ti, era demasiadamente penoso encarar essa ideia.
Há pessoas que estranham o facto de eu ainda estar tão agarrada a ti e à tua morte. Mas eles não sabem que eu nunca cortei o cordão umbilical que nos unia.
Eram raras as vezes que o fazias, mas gostava muito de te ver rir como antigamente quando bebias um copo a mais.
Gostava de fumar um cigarro contigo.
Gostava de ouvir a tua música.
Gostava de te ouvir falar com o teu neto.
Nos últimos tempos dormias muito para não pensares nas tuas memórias e nos teus fantasmas.
Eu também desejei fazer o mesmo quando morreste. Não imaginas as horas que passei à noite a pensar no que tu sentiste quando morreste.
Às vezes dizias que já não fazias nada por cá mas eu sei que gostavas de viver. Tenho medo do medo que tu sentiste.
E ainda me culpo por estar longe, sempre longe de ti.
Naqueles dois dias senti muito frio. Lembro-me de estar sentada na igreja e ver as minhas pernas a tremerem muito.
Uma parte de mim foi contigo.
E quero que saibas que foste o melhor Pai que eu podia ter tido. Obrigada.
sábado, 23 de janeiro de 2010
The turns we took I
Fez agora três anos que nos conhecemos. Lembras-te que tínhamos marcado um encontro para a sexta-feira em que o meu pai morreu?
Liguei-te a chorar a dar a notícia e nessa noite tentaste confortar-me na escuridão de um quarto de hotel onde eu dormi porque não tive coragem de dormir em casa dele.
A partir daí fiquei ligada a ti mas nunca pedimos nada um ao outro.
Dava-mos o que conseguíamos. Gostava de te ver a dormir. Parecias uma criança serena.
Lembro-me de adormecermos no sofá, enquanto a televisão estava num canal de música. Lembro-me de ver as horas a passar e de não conseguir sair da paz que tu me oferecias.
A vida dá voltas e voltas e voltamos a ficar no mesmo sítio.
Liguei-te a chorar a dar a notícia e nessa noite tentaste confortar-me na escuridão de um quarto de hotel onde eu dormi porque não tive coragem de dormir em casa dele.
A partir daí fiquei ligada a ti mas nunca pedimos nada um ao outro.
Dava-mos o que conseguíamos. Gostava de te ver a dormir. Parecias uma criança serena.
Lembro-me de adormecermos no sofá, enquanto a televisão estava num canal de música. Lembro-me de ver as horas a passar e de não conseguir sair da paz que tu me oferecias.
A vida dá voltas e voltas e voltamos a ficar no mesmo sítio.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Love rescue me
Estava cansado da vida mundana que levava. Cada vez se afundava mais num vazio. Estava viciado no prazer. O prazer que já nem sentia. Fechara-se num mundo só dele.
Nunca parava. Gostava de andar num ritmo acelerado e assim fugia de pensar no seu eu e no que realmente desejava que fosse a sua vida.
Naquele dia, quando a viu desejou mudar de vida.
Não sabia bem como. Pensou que o melhor seria ter muita calma e tentar conhecê-la como se fazia no tempo em que ainda era novo. Nessa altura as pessoas conheciam-se devagar, com o tempo. E respeitavam-se.
Sentiu saudades desse tempo.
Como seria possível voltar a agir como dantes?
Nunca parava. Gostava de andar num ritmo acelerado e assim fugia de pensar no seu eu e no que realmente desejava que fosse a sua vida.
Naquele dia, quando a viu desejou mudar de vida.
Não sabia bem como. Pensou que o melhor seria ter muita calma e tentar conhecê-la como se fazia no tempo em que ainda era novo. Nessa altura as pessoas conheciam-se devagar, com o tempo. E respeitavam-se.
Sentiu saudades desse tempo.
Como seria possível voltar a agir como dantes?
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Se
Depois de entrar no carro e começar a conduzir reparei que tinha um bilhete no pára-brisas.
Era um bilhete escrito à mão. Não me apeteceu parar o carro e pensei que o leria quando chegasse ao meu destino.
Afinal o destino do bilhete foi voar a meio do caminho.
Podia ter parado para o ir apanhar. Não o fiz.
E jamais saberei o que estava escrito naquele bilhete.
Era um bilhete escrito à mão. Não me apeteceu parar o carro e pensei que o leria quando chegasse ao meu destino.
Afinal o destino do bilhete foi voar a meio do caminho.
Podia ter parado para o ir apanhar. Não o fiz.
E jamais saberei o que estava escrito naquele bilhete.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Dream on II
Sabes quando eu me sinto muito bem e começo a imaginar e a inventar…
A noite passada aconteceu-me isso. As horas passaram e eu nem dei por isso.
Quero lá saber das horas de sono que perdi se o meu sonhar acordada me levou talvez onde eu nunca conseguirei chegar.
Durante aquelas horas senti que finalmente tinha encontrado a maior cumplicidade da minha vida.
Já te aconteceu isto?
A noite passada aconteceu-me isso. As horas passaram e eu nem dei por isso.
Quero lá saber das horas de sono que perdi se o meu sonhar acordada me levou talvez onde eu nunca conseguirei chegar.
Durante aquelas horas senti que finalmente tinha encontrado a maior cumplicidade da minha vida.
Já te aconteceu isto?
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Shake the disease
Vamos.
Não vamos.
Quero.
Não quero.
Vou ficar.
Vou fugir.
Ouve esta música.
Já ouviste?
O que queres de mim?
Tudo.
Nada.
Sim.
Não.
Posso ir ter contigo agora?
Não.
Amanhã.
Não tenho tempo.
Entendes.
Não entendes.
Ouve esta música.
Não vamos.
Quero.
Não quero.
Vou ficar.
Vou fugir.
Ouve esta música.
Já ouviste?
O que queres de mim?
Tudo.
Nada.
Sim.
Não.
Posso ir ter contigo agora?
Não.
Amanhã.
Não tenho tempo.
Entendes.
Não entendes.
Ouve esta música.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Eric Rohmer 1920-2010
Conte d'été - Eric Rohmer
Um dos filmes da minha vida. E o verão. O verão sempre...
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Ventos animais I
Os ventos animais
Trazem-me o desejo
E a tua mente
Toca o meu corpo
Imagino o cheiro
Do nosso apetite
O sangue quente
E os pensamentos carnais
Que existem nas tuas mãos
Devoras-me
O teu olhar
Perdura.
Trazem-me o desejo
E a tua mente
Toca o meu corpo
Imagino o cheiro
Do nosso apetite
O sangue quente
E os pensamentos carnais
Que existem nas tuas mãos
Devoras-me
O teu olhar
Perdura.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Buried bones
Porque não gosto de ti?
Porque não gostas de mim?
Porque fujo de ti?
Porque foges de mim?
Não sabes como eu gostava que fosse simples assim.
Quando o coração não sente não há nada a fazer.
Desencontramo-nos sempre sem nunca encontrar um olhar em quem ficar.
A vida continua e começa a cansar.
Ficamos sem paciência e não conseguimos acreditar.
Fica o silêncio e sempre um copo vazio.
No dia seguinte acordamos outra vez e o tempo passa sem nada querer.
Não pedimos mais nada.
Deixamo-nos ficar.
Sós.
Porque não gostas de mim?
Porque fujo de ti?
Porque foges de mim?
Não sabes como eu gostava que fosse simples assim.
Quando o coração não sente não há nada a fazer.
Desencontramo-nos sempre sem nunca encontrar um olhar em quem ficar.
A vida continua e começa a cansar.
Ficamos sem paciência e não conseguimos acreditar.
Fica o silêncio e sempre um copo vazio.
No dia seguinte acordamos outra vez e o tempo passa sem nada querer.
Não pedimos mais nada.
Deixamo-nos ficar.
Sós.
sábado, 9 de janeiro de 2010
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Fim-de-semana
"Sabes que morro pelo fim-de-semana..."
O desejo aumenta e a vida é minha.
Faço o quero. O que me apetece.
Não tenho idade.
Mais nada importa.
Quero ver a noite.
Quero dançar.
Assim sou eu e só assim podes conhecer-me.
Ao fim-de-semana.
O desejo aumenta e a vida é minha.
Faço o quero. O que me apetece.
Não tenho idade.
Mais nada importa.
Quero ver a noite.
Quero dançar.
Assim sou eu e só assim podes conhecer-me.
Ao fim-de-semana.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Is this what they used to call love? I
- Sabes o que nos faz ter vontade de viver?
- Tantas coisas.
- Mas principalmente, é o amor.
- Eu já não acredito no amor.
- Não estás a ser sincero. Claro que acreditas.
- Já amei uma vez. Duvido que volte a senti-lo novamente.
- No fundo, tens essa esperança. Senão nada fazia sentido. Talvez tenhas parado um bocado mas não desististes.
- Posso viver do prazer.
- Sim, podes. Mas nunca ficas completamente satisfeito.
- Também há as pessoas que vivem para o trabalho.
- Essas não vivem. Vegetam.
- O que te move não é o amor. É o sonho. Pior, é uma utopia.
- Já sabes que não vou desistir. Vou continuar a viver até morrer.
- Tantas coisas.
- Mas principalmente, é o amor.
- Eu já não acredito no amor.
- Não estás a ser sincero. Claro que acreditas.
- Já amei uma vez. Duvido que volte a senti-lo novamente.
- No fundo, tens essa esperança. Senão nada fazia sentido. Talvez tenhas parado um bocado mas não desististes.
- Posso viver do prazer.
- Sim, podes. Mas nunca ficas completamente satisfeito.
- Também há as pessoas que vivem para o trabalho.
- Essas não vivem. Vegetam.
- O que te move não é o amor. É o sonho. Pior, é uma utopia.
- Já sabes que não vou desistir. Vou continuar a viver até morrer.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Nada a perder
Ele gosta de ser diferente e irreverente.
Ele gosta de ser indiferente, inatingível e blindado.
Gosta de surpreender. Gosta de desaparecer.
Gosta que o procurem e não o encontrem.
Às vezes deseja ser invisível.
Às vezes sente algum prazer em magoar.
Não gosta de falar sobre si próprio.
Não gosta de ilusões.
Não consegue sonhar.
Não consegue amar.
Ele gosta de ser indiferente, inatingível e blindado.
Gosta de surpreender. Gosta de desaparecer.
Gosta que o procurem e não o encontrem.
Às vezes deseja ser invisível.
Às vezes sente algum prazer em magoar.
Não gosta de falar sobre si próprio.
Não gosta de ilusões.
Não consegue sonhar.
Não consegue amar.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
domingo, 3 de janeiro de 2010
How fucking romantic I
Estava frio. Tremeram os dois juntos enquanto fumavam um cigarro, atiraram palavras ao ar, trocaram sorrisos e olhares.
O olhar ainda perdura no silêncio desconhecido que magoa sem saber porquê.
O olhar ainda perdura no silêncio desconhecido que magoa sem saber porquê.
sábado, 2 de janeiro de 2010
No more affairs
Descobriu logo no inicio que eram demasiadamente parecidos, mas depois…
Não quer ser apenas mais uma.
Decidiu nesse instante que não quer ser uma personagem de uma história breve e bonita com um adeus.
Odeia o medo e a indecisão. Abomina a frieza e a fuga.
Ele prefere a solidão e o isolamento.
Tem um gosto mórbido pelo seu eu e o vazio.
Constrói um muro à sua volta.
Ela fica sozinha.
Ela prefere dançar…
Não quer ser apenas mais uma.
Decidiu nesse instante que não quer ser uma personagem de uma história breve e bonita com um adeus.
Odeia o medo e a indecisão. Abomina a frieza e a fuga.
Ele prefere a solidão e o isolamento.
Tem um gosto mórbido pelo seu eu e o vazio.
Constrói um muro à sua volta.
Ela fica sozinha.
Ela prefere dançar…
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