Perdeu toda a sua inocência quando percebeu que o sonho tinha acabado.
Depois ficou muito cansada.
Parecia que o sonho lhe tinha sugado toda a sua energia.
Por isso preferia viver em vez de inventar.
terça-feira, 1 de junho de 2010
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3 comentários:
Neste vil mundo que nos coube em sorte
por culpa dos avós e de nós mesmos
tão ocupados em desculpas de salvá-lo,
há uma diferença de revoluções.
Alguns sonfrem do estômago, escrevem versos,
Outros reúnem-se à semana discutindo
o evangelho da semana; outros agitam-se
na paz da consciência que adquirem
com agitar-se em benefícios e protestos;
outros param com as costas na cadeia,
para que haja protestos. Há também
revoluções, umas a sério, que se acabam
em compromissos, e outras a fingir,
que não acabam nem começam. Mas são raros
os que não morrem de úlcera ou de pancada a mais,
e contra quem agências e computadores
se mobilizam de sabê-los numa selva
tentando que os campónios se revoltem.
Os campónios não se revoltam. E eles
São caçados, fuzilados, retratados
em forma de cadáver semi-nu,
a quem cortam depois cabeça, mãos,
ou dedos só (numa ânsia de castrá-los
mesmo depois de mortos) e o comércio
transforma-os logo num cartaz romântico
para quarto de jovens que ainda sonhem
com rebeldias antes de se empregarem
no assassinar pontual da sua humanidade
e da dos outros, dia a dia, ao mês,
com seguro social e descontando
para a reforma na velhice idiota.
Ó mundo pulha e pilha que de mortos vive!
Jorge de Sena
Estive noutro dia - acaso do destino e de realmente vivermos num mundo imensamente pequeno - com um amigo comum que, se puxares pela memória lembrarás por certo - usámos este poema como co-autores num teatro no sarau de finalistas.
Ele ficou feliz por se lembrar de ti,... eu fiquei ainda mais por te fazer lembrar.
Bem hajas
Beijinhos
Fizeste-me voar com o teu comentário :)
E tenho saudades desses espectáculos que fizemos por aí. Um deles numa aldeia com a minha avó na plateia :)
Fico triste pela minha memória que apagou muitos pormenores que gostava de me lembrar...
Foi o Durães? ou o Vasco?
Há tantas pessoas que perdemos pelo caminho.
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