terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Come home

Tinha um horário de trabalho normal. Saía do trabalho e demorava uns quarenta e cinco minutos a chegar à escola do filho. Sempre que chegava lá e o via, achava que os seus olhos voltavam a encontrar o brilho que tinha desaparecido durante o dia. O reencontro era muito bom e começavam a conversar animadamente.
Chegavam a casa e ela beijava o companheiro que os esperava.
O filho fazia os trabalhos de casa ou via televisão enquanto ela e o companheiro falavam na cozinha e preparavam o jantar.
O verão estava a começar e ela ia tomar um duche rápido e vestia um vestido de alças. De seguida o filho tomava banho e iam jantar.
Depois de jantar, ela decidia sempre lavar a loiça mais tarde e sentava-se no sofá com o filho e o companheiro. Conversavam e riam juntos. O tempo passava muito rapidamente e chegava a hora do filho ir dormir. Ela ia com ele e sentavam-se os dois na cama. Folheavam e liam juntos um livro e trocavam mimos.
Ela aconchegava o filho, apagava a luz e desejava-lhe bons sonhos.
Voltava para a sala, fechava a porta e sentava-se no sofá ao lado do companheiro. Faltava apenas uma hora e pouco para o companheiro sair para o trabalho. Ele olhava para ela e fazia um sorriso maroto.
Quase todas as noites este momento se repetia. Ele tocava-a por baixo do vestido e despertava-lhe o desejo.
Penetrava-a ali no sofá ou levava-a para a mesa da sala. Entendiam-se na perfeição e o prazer continuava a ser intenso como há uns anos atrás quando se conheceram.
Beijavam-se com paixão e ela avisava-o que ele tinha de se apressar. Ele ia tomar um banho e vestia a sua farda.
Ela acompanhava-o até à porta e dava-lhe um beijo.
Ia para a cozinha , lavava a loiça e fazia mais umas tarefas domesticas.
Entrava no quarto do filho, olhava para ele, beijava-o na testa e aconchegava-o.
Depois ia para a cama, lia algumas páginas do livro que estava na sua mesa-de-cabeceira e adormecia.

1 comentário:

Rteixeira disse...

Adoro a forma como escreves. Adoro a utopia de uma relação que não se esgota. Adoro pensar que é possível quebrar rotinas e encontrar, ao lado daquele alguém, a sintonia que permita manter o prazer intenso, anos e anos depois do primeiro momento... Quero uma vida assim!