Desde que te "conheci" caminho pelas ruas mais devagar.
Olho para a esquina onde nos abraçámos e sorrio.
Gosto quando me dizes alguma coisa inesperada e me ofereces um bocado de ti sem dor.
Gosto de saber que estás bem.
Gosto de saber que fazes amor.
Aconchego-me nos ramos da tua árvore e conto-lhe os meus segredos.
Depois ela sussurra-me:
- Agora vai. Podes ir. És livre.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
quinta-feira, 30 de julho de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
A verdade absurda
Tu disseste: Quero saborear o infinito.
Eu disse: A frescura das maçãs matinais revela-nos segredos insondáveis.
Tu disseste: Sentir a aragem que balança os dependurados.
Eu disse: É o medo o que nos vem acariciar.
Tu disseste: Eu também já tive medo. Muito medo. Recusava-me a abrir a janela, a transpôr o limiar da porta.
Eu disse: Acabamos a gostar do medo, do arrepio que nos suspende a fala.
Tu disseste: Um dia fiquei sem nada. um mundo inteiro por descobrir.
Eu disse: ...
Eu disse: O que é que isso interessa?
Tu disseste: ... Nada.
Tu disseste: Agora procuro o desígnio da vida. Às vezes penso encontrá-lo num bater de asas, num murmúrio trazido pelo vento, no piscar de um néon. Escrevo páginas e páginas a tentar formalizá-lo. Depois queimo tudo e prossigo a minha busca.
Eu disse: Eu não faço nada. fico horas a olhar para uma mancha na parede.
Tu disseste: E nunca sentiste a mancha a alastrar, as suas formas num palpitar quase imperceptível?
Eu disse: Não. A mancha continua no mesmo sítio, eu continuo a olhar para ela e não se passa nada.
Tu disseste: E no entanto a mancha alastra e toma conta de ti. Liberta-te do corpo. Tu é que não vês.
Eu disse: O que é que isso interessa?
Tu disseste: ... Nada.
Eu disse: O que é que isso interessa?
Tu disseste: ... Nada.
"Tu disseste - Mão Morta"
Eu disse: A frescura das maçãs matinais revela-nos segredos insondáveis.
Tu disseste: Sentir a aragem que balança os dependurados.
Eu disse: É o medo o que nos vem acariciar.
Tu disseste: Eu também já tive medo. Muito medo. Recusava-me a abrir a janela, a transpôr o limiar da porta.
Eu disse: Acabamos a gostar do medo, do arrepio que nos suspende a fala.
Tu disseste: Um dia fiquei sem nada. um mundo inteiro por descobrir.
Eu disse: ...
Eu disse: O que é que isso interessa?
Tu disseste: ... Nada.
Tu disseste: Agora procuro o desígnio da vida. Às vezes penso encontrá-lo num bater de asas, num murmúrio trazido pelo vento, no piscar de um néon. Escrevo páginas e páginas a tentar formalizá-lo. Depois queimo tudo e prossigo a minha busca.
Eu disse: Eu não faço nada. fico horas a olhar para uma mancha na parede.
Tu disseste: E nunca sentiste a mancha a alastrar, as suas formas num palpitar quase imperceptível?
Eu disse: Não. A mancha continua no mesmo sítio, eu continuo a olhar para ela e não se passa nada.
Tu disseste: E no entanto a mancha alastra e toma conta de ti. Liberta-te do corpo. Tu é que não vês.
Eu disse: O que é que isso interessa?
Tu disseste: ... Nada.
Eu disse: O que é que isso interessa?
Tu disseste: ... Nada.
"Tu disseste - Mão Morta"
terça-feira, 28 de julho de 2009
segunda-feira, 27 de julho de 2009
The other side of the world
Deixa-me ser assim.
Deixa-me sentir.
Deixa-me viajar sem sair do mesmo lugar.
Não tenhas medo.
Eu já sei morrer e depois renascer.
Deixa-me errar.
Deixa-me aprender.
Deixa-me ser livre.
E deixa-me ser tua.
Deixa-me dizer.
Amo-te.
Sem qualquer razão aparente.
Prometo que não vais ouvir.
Deixa-me sentir.
Deixa-me viajar sem sair do mesmo lugar.
Não tenhas medo.
Eu já sei morrer e depois renascer.
Deixa-me errar.
Deixa-me aprender.
Deixa-me ser livre.
E deixa-me ser tua.
Deixa-me dizer.
Amo-te.
Sem qualquer razão aparente.
Prometo que não vais ouvir.
domingo, 26 de julho de 2009
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Vida tão estranha
Já não sei do que foges.
Não sei o que procuras.
Essa mentira em que vives.
Sentes falta das palavras.
Do olhar e dos braços.
Deixas-te embriagar pelos sonhos.
Sonhos que nascem e morrem.
Rostos que sorriem e se apagam.
Corpos nus sem alma.
Equilíbrio entre o riso e a tristeza.
Existem o sol, a musica e os livros.
Ficas com eles e sentes-te menos só.
Não sei o que procuras.
Essa mentira em que vives.
Sentes falta das palavras.
Do olhar e dos braços.
Deixas-te embriagar pelos sonhos.
Sonhos que nascem e morrem.
Rostos que sorriem e se apagam.
Corpos nus sem alma.
Equilíbrio entre o riso e a tristeza.
Existem o sol, a musica e os livros.
Ficas com eles e sentes-te menos só.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Sensações LXXX
Lavávamos os dois os dentes. O dente já abanava há algum tempo. Abriste a boca e mostraste-me desta vez o dente preso por um pequeno fio. Seguraste o dente e ficaste com ele na mão.
É sempre um grande acontecimento quando cai um dente de leite. Ainda por cima se for o primeiro, como foi o caso.
Olhaste para mim surpreendido sem saber se devias rir ou chorar. Rimo-nos juntos.
Lembrei-me daquela sensação de pôr a língua no lugar vazio onde estava o dente.
Lembrei-me de ter engolido um dente enquanto comia uma torrada. Lembrei-me de todas as artimanhas que se faziam para puxar o dente que estava a abanar, como colocar uma linha no dente e atar a linha a uma porta.
Lembrei-me do sofrimento psicológico das idas a um dentista antigo para arrancar alguns dentes.
Lembrei-me da vontade de crescer e ser adulta depressa.
É sempre um grande acontecimento quando cai um dente de leite. Ainda por cima se for o primeiro, como foi o caso.
Olhaste para mim surpreendido sem saber se devias rir ou chorar. Rimo-nos juntos.
Lembrei-me daquela sensação de pôr a língua no lugar vazio onde estava o dente.
Lembrei-me de ter engolido um dente enquanto comia uma torrada. Lembrei-me de todas as artimanhas que se faziam para puxar o dente que estava a abanar, como colocar uma linha no dente e atar a linha a uma porta.
Lembrei-me do sofrimento psicológico das idas a um dentista antigo para arrancar alguns dentes.
Lembrei-me da vontade de crescer e ser adulta depressa.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Conta-me histórias...
Oscilo entre dias calmos e outros em que a minha mente e as emoções são despertadas até ao limite. Nestes últimos, experimento a sensação de renascer novamente, de querer ouvir e conhecer as histórias que me rodeiam e que me fazem querer aprender. Sinto-me viva embora sinta algum sofrimento porque acho que tenho pouco tempo para recuperar aquele que perdi estupidamente.
terça-feira, 21 de julho de 2009
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Hey, that's no way to say goodbye
Conta-me como é a tua solidão.
Fala-me dos livros que leste.
Diz-me como sentiste essa música.
Descreve-me os concertos que viveste.
Diz-me como eram os sítios que conheceste.
Diz-me o que já perdeste.
Mostra-me o que te entusiasma.
Conta-me o teu dia hoje.
E como está o tempo aí.
Deixa-me conhecer-te.
Fica comigo aí.
E cuida de ti.
Fala-me dos livros que leste.
Diz-me como sentiste essa música.
Descreve-me os concertos que viveste.
Diz-me como eram os sítios que conheceste.
Diz-me o que já perdeste.
Mostra-me o que te entusiasma.
Conta-me o teu dia hoje.
E como está o tempo aí.
Deixa-me conhecer-te.
Fica comigo aí.
E cuida de ti.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Isolation
Persegues um sonho por caminhos onde nunca o irás encontrar.
Essa tua tendência para ser atraída por quem não te faz bem.
Depois de teres encontrado o amor, tudo o resto será um vazio para ti.
Não sabes conviver com o absurdo em que te deixas envolver.
Ele é inteligente mas corrói o teu coração.
Ficas solitária e adias novamente o sonho.
Vês a normalidade dos outros que têm tudo.
O que tu não queres ter.
Essa tua tendência para ser atraída por quem não te faz bem.
Depois de teres encontrado o amor, tudo o resto será um vazio para ti.
Não sabes conviver com o absurdo em que te deixas envolver.
Ele é inteligente mas corrói o teu coração.
Ficas solitária e adias novamente o sonho.
Vês a normalidade dos outros que têm tudo.
O que tu não queres ter.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
terça-feira, 14 de julho de 2009
I'm tongue-tied
- Que cara séria é essa?
- É a minha cara.
- Acho que te falta alguma coisa. No mínimo dos mínimos, se tivesses sexo ou fosses a um concerto uma vez por semana isso passava-te.
- É a minha cara.
- Acho que te falta alguma coisa. No mínimo dos mínimos, se tivesses sexo ou fosses a um concerto uma vez por semana isso passava-te.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Every you every me
Ensinaram-me a ser desprendida.
Mostraram-me como se pode dar pouco.
Chegar e depois partir.
Depois de achar que aprendi.
Digo sinceramente.
Gosto de ti.
Tenho saudades tuas.
Fechas os olhos e pensas que foi em vão.
Respiro o teu silêncio.
Arrependo-me das palavras.
Ordeno que o coração se cale.
Volto a ser a pedra.
Que o mundo quer que eu seja.
Mostraram-me como se pode dar pouco.
Chegar e depois partir.
Depois de achar que aprendi.
Digo sinceramente.
Gosto de ti.
Tenho saudades tuas.
Fechas os olhos e pensas que foi em vão.
Respiro o teu silêncio.
Arrependo-me das palavras.
Ordeno que o coração se cale.
Volto a ser a pedra.
Que o mundo quer que eu seja.
domingo, 12 de julho de 2009
Suzanne
As suas dores e marcas não têm importância.
A imagem dele enquanto o ouvia falar e o olhar meigo ficaram.
Os pés que percorrem tantos lugares desconhecidos vão afastar-se para outro continente.
A mão agarra-a por momentos para logo a seguir a soltar.
Aprende a ser dele e depois voa.
Olha para trás com alguma tristeza por não ser de ninguém.
Voa sempre sozinha até um dia pousar noutra mão.
A imagem dele enquanto o ouvia falar e o olhar meigo ficaram.
Os pés que percorrem tantos lugares desconhecidos vão afastar-se para outro continente.
A mão agarra-a por momentos para logo a seguir a soltar.
Aprende a ser dele e depois voa.
Olha para trás com alguma tristeza por não ser de ninguém.
Voa sempre sozinha até um dia pousar noutra mão.
sábado, 11 de julho de 2009
Parabéns JB!!!
Leonard Cohen - Famous blue raincoat
Parabéns JB, meu amigo, companheiro de musicas bonitas e concertos.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Parabéns JJ!!!
Beirut - Siki siki baba
Parabéns JJ! Uma musica bonita e alegre para ti.
E quando eles virem cá quero a tua companhia.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
terça-feira, 7 de julho de 2009
Excerto do livro que estou a ler
"Todos os países tinham o seu contingente de imbecis, de sacanas e de putas. Era preciso ser um débil mental para acreditar que se passavam coisas importantes noutros lados.
A única diversidade era a da linguagem e a única novidade era que os mesmos imbecis, sacanas e putas se exprimiam numa língua diferente.
Medhat recusava-se a absolver a aberração dos que aprendiam toda a espécie de idiomas estrangeiros a fim de penetrar o sentido das mesmas palermices que podiam ouvir na sua terra, sem precisar de se deslocar e gratuitamente.
Pela sua parte, nunca se sentira tentado a percorrer o planeta à procura de sensações ditas transcendentes por se situarem em hemisférios distantes. De que servia mudar de continente, aspirar a outros climas, se não se conseguia ver, em primeiro lugar, o que se passava à nossa volta?"
Uma conjura de saltimbancos - Albert Cossery
segunda-feira, 6 de julho de 2009
domingo, 5 de julho de 2009
Bathtime I
O mar abraçou-me.
Mergulhei nele.
As ondas levaram as minhas culpas e a impaciência.
Sonhei muitos sonhos com cor.
Senti a paz nos vários tons de azul.
Senti-me longe e tão perto.
Ouvi músicas do outro mundo.
Entrei nelas e perdi-me.
Voltei.
Com vontade de recomeçar.
Mergulhei nele.
As ondas levaram as minhas culpas e a impaciência.
Sonhei muitos sonhos com cor.
Senti a paz nos vários tons de azul.
Senti-me longe e tão perto.
Ouvi músicas do outro mundo.
Entrei nelas e perdi-me.
Voltei.
Com vontade de recomeçar.
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