Vou molhar a pele, secá-la, salgá-la, aveludá-la.
Vou chinelar.
Vou andar descalça.
Vou ver pessoas e muitas cores.
Vou brincar.
Vou ser mãe.
Vou sentir o amor.
Vou ser livre.
Vou ser eu.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
quarta-feira, 24 de junho de 2009
terça-feira, 23 de junho de 2009
Dá cá um balão
Hoje lembro-me da minha terra, do meu pai e das tasquinhas.
E lembro-me também de todos os meus Joões que não são santos mas são todos bons rapazes...
E lembro-me também de todos os meus Joões que não são santos mas são todos bons rapazes...
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Shame on you I
A mentira.
Sempre a mentira que anda por aí.
O medo e o cheiro a podre.
As palavras que escondem o abismo desses corações egoístas.
A felicidade estampada num rosto falso.
O amargo que sai sem querer.
É inútil tentar esconder.
Sempre a mentira que anda por aí.
O medo e o cheiro a podre.
As palavras que escondem o abismo desses corações egoístas.
A felicidade estampada num rosto falso.
O amargo que sai sem querer.
É inútil tentar esconder.
domingo, 21 de junho de 2009
When the road runs out
Fiquei tão feliz por voltar a ver-te no meu sonho.
Os teus olhos negros estavam tão tristes. Olhaste para mim e perguntaste-me porquê.
Eu queria puxar-te para aqui e dizer-te que a vida foi tão injusta para ti.
Queria que abraçasses aquele menino que és tu e que faz hoje oito anos.
Foi a noite mais curta para sonhar contigo e o dia mais longo para sentir o vazio que deixaste.
Os teus olhos negros estavam tão tristes. Olhaste para mim e perguntaste-me porquê.
Eu queria puxar-te para aqui e dizer-te que a vida foi tão injusta para ti.
Queria que abraçasses aquele menino que és tu e que faz hoje oito anos.
Foi a noite mais curta para sonhar contigo e o dia mais longo para sentir o vazio que deixaste.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Sensações LXXXVII
Há músicas bonitas. E na minha opinião esta é uma delas.
Obrigada ao Maestro e compositor José Calvário!
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Whiskey and water
Naquele fim-de-semana ficou sempre em casa. Sentia-se muito cansado e farto da rotina do dia-a-dia. Durante a semana dormia umas cinco ou seis horas e quando se olhava no espelho percebia que a vida que levava e as poucas horas de sono que dormia estavam a envelhecê-lo.
Não ligou a ninguém nesses dois dias. Também ninguém o contactou. Sentia cada vez mais que na realidade não precisava de ninguém para sobreviver. Nem de família nem de amigos. Não sentia a falta de ninguém.
Passou esse fim-de-semana sem pronunciar uma palavra. Também não viu televisão nem ligou o computador.
Dormiu muitas horas, cozinhou, comeu, ouviu musica e leu muito.
Era na leitura que sentia o contacto com o mundo, com os sentimentos que já não conseguia sentir.
Conseguia descrever esses sentimentos na perfeição, analisava cada personagem e tentava sugar-lhes a alma.
Lembrava-se vagamente que há vinte anos atrás tinha sido diferente. Sim, ele já tinha sentido muitas emoções como todas aquelas que absorvia agora dos livros.
Infelizmente a sua memória era muito má e quase nada lhe restava.
No domingo à noite sentou-se na cama a ler. Apagou a luz por volta da uma hora e quarenta minutos como era hábito e acordou como sempre às sete horas e cinco minutos.
Levantou-se nove minutos depois, às sete horas e catorze minutos quando o despertador voltou a tocar.
Não ligou a ninguém nesses dois dias. Também ninguém o contactou. Sentia cada vez mais que na realidade não precisava de ninguém para sobreviver. Nem de família nem de amigos. Não sentia a falta de ninguém.
Passou esse fim-de-semana sem pronunciar uma palavra. Também não viu televisão nem ligou o computador.
Dormiu muitas horas, cozinhou, comeu, ouviu musica e leu muito.
Era na leitura que sentia o contacto com o mundo, com os sentimentos que já não conseguia sentir.
Conseguia descrever esses sentimentos na perfeição, analisava cada personagem e tentava sugar-lhes a alma.
Lembrava-se vagamente que há vinte anos atrás tinha sido diferente. Sim, ele já tinha sentido muitas emoções como todas aquelas que absorvia agora dos livros.
Infelizmente a sua memória era muito má e quase nada lhe restava.
No domingo à noite sentou-se na cama a ler. Apagou a luz por volta da uma hora e quarenta minutos como era hábito e acordou como sempre às sete horas e cinco minutos.
Levantou-se nove minutos depois, às sete horas e catorze minutos quando o despertador voltou a tocar.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Fool you are
- Sabes, afastei-me da Luísa.
- Então porquê?
- Decidi afastar-me. Agora falo pouco com ela e finjo que ela não me interessa.
Quero ver na realidade se ela gosta de mim. Esta táctica é infalível.
- Achas mesmo? Eu acho isso uma parvoíce.
- Não é nada. Tenho a certeza que se eu me afastar ela sente saudades minhas e vem atrás de mim.
- E qual está a ser a reacção dela?
- Bem, eu comecei isto há pouco tempo, mas até agora ela finge-se desinteressada.
- Queres dizer que ela também está a afastar-se.
- Sim, mas tenho a certeza que está a fingir e que não vai resistir muito tempo.
- Também existe outra hipótese e talvez muito provável. Ela pode não estar a fingir e pode não estar interessada em ti.
- Nada disso. Tenho a certeza absoluta que ela gosta de mim.
- Tu e as tuas certezas…
- Então porquê?
- Decidi afastar-me. Agora falo pouco com ela e finjo que ela não me interessa.
Quero ver na realidade se ela gosta de mim. Esta táctica é infalível.
- Achas mesmo? Eu acho isso uma parvoíce.
- Não é nada. Tenho a certeza que se eu me afastar ela sente saudades minhas e vem atrás de mim.
- E qual está a ser a reacção dela?
- Bem, eu comecei isto há pouco tempo, mas até agora ela finge-se desinteressada.
- Queres dizer que ela também está a afastar-se.
- Sim, mas tenho a certeza que está a fingir e que não vai resistir muito tempo.
- Também existe outra hipótese e talvez muito provável. Ela pode não estar a fingir e pode não estar interessada em ti.
- Nada disso. Tenho a certeza absoluta que ela gosta de mim.
- Tu e as tuas certezas…
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Pure morning
Hoje de manhã senti o cheiro da laranja esmagada que estava no chão do recreio da escola, que tinha caído da laranjeira e foi pisada pelos miúdos.
Aquele cheiro transportou-me para a minha infância e para o quintal dos meus avós.
Lembrei-me de me sentir livre a correr no carreiro cimentado ladeado por muitas flores.
Lembrei-me das borboletas e das abelhas que me picavam.
Lembrei-me do meu avô, um homem alto, entroncado e bonito a passar na sua vespa pelo mesmo carreiro e a sorrir para mim.
Lembrei-me da minha avó a tratar das galinhas e dos coelhos e do cheiro bom dos cozinhados dela que vinha da cozinha.
Lembrei-me do meu primo, quando estava com sarampo e que me deixou brincar com os brinquedos todos.
Lembrei-me do Artur que andava sempre descalço e nos fazia rir.
Lembrei-me da Celeste, muito baixinha e que ia buscar os restos de comida para os porcos.
Lembrei-me do meu tio a descascar laranjas na mesa de pedra debaixo da nespereira.
Aquele cheiro transportou-me para a minha infância e para o quintal dos meus avós.
Lembrei-me de me sentir livre a correr no carreiro cimentado ladeado por muitas flores.
Lembrei-me das borboletas e das abelhas que me picavam.
Lembrei-me do meu avô, um homem alto, entroncado e bonito a passar na sua vespa pelo mesmo carreiro e a sorrir para mim.
Lembrei-me da minha avó a tratar das galinhas e dos coelhos e do cheiro bom dos cozinhados dela que vinha da cozinha.
Lembrei-me do meu primo, quando estava com sarampo e que me deixou brincar com os brinquedos todos.
Lembrei-me do Artur que andava sempre descalço e nos fazia rir.
Lembrei-me da Celeste, muito baixinha e que ia buscar os restos de comida para os porcos.
Lembrei-me do meu tio a descascar laranjas na mesa de pedra debaixo da nespereira.
sábado, 13 de junho de 2009
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Are you ready to be heartbroken?
Durante muitos anos, fazia-me mal não entender o porquê de atitudes inesperadas e sem motivo aparente das pessoas de quem eu gostava e que pensava que conhecia.
É difícil não perceber porque mudou ou se antes já era mesmo assim.
É difícil concluir que o tempo foi desperdiçado.
É difícil explicar e olhar nos olhos.
É difícil mostrar a alma sem medo.
É difícil ouvir um silêncio sem fim.
É difícil ser-se frio.
É difícil nunca saber.
Porquê?
É difícil não perceber porque mudou ou se antes já era mesmo assim.
É difícil concluir que o tempo foi desperdiçado.
É difícil explicar e olhar nos olhos.
É difícil mostrar a alma sem medo.
É difícil ouvir um silêncio sem fim.
É difícil ser-se frio.
É difícil nunca saber.
Porquê?
quinta-feira, 11 de junho de 2009
terça-feira, 9 de junho de 2009
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Ventos animais
Impaciente
Espera
Imagino
O dia
A noite
As tuas mãos
O jantar
A mesa
O meu corpo
Tocas
O desejo
Não sentes.
Espera
Imagino
O dia
A noite
As tuas mãos
O jantar
A mesa
O meu corpo
Tocas
O desejo
Não sentes.
sábado, 6 de junho de 2009
A noite passada
Numa sala muito estranha com um tecto a brilhar e com um público diferente do que estou habituada, deixei-me levar pela beleza da música de qualidade do Rodrigo Leão e a sua banda composta por excelentes músicos.
Apresentou o seu novo album "A mãe" e misturou algumas musicas antigas,com várias participações do Cinema Ensemble, Orquestra Sinfonieta de Lisboa, o cantor argentino Melingo e Stuart Staples.
As vozes entranharam-se na música.
As minhas preferidas foram Sol, Voltar, Vida tão estranha, This lights holds so many colours, No sè nada e Cathy.
O mesmo Rodrigo Leão que eu vi a assistir ao concerto de Tindersticks no coliseu no dia 13 de Fevereiro anunciou com orgulho a presença de Stuart Staples no seu concerto. Este entrou em palco, a musica começou a tocar e a voz aveludada do Stuart misturou-se com uma melodia única e nostálgica do outro mundo.
"This light holds so many colours" com uma bonita letra de Stuart Staples foi um dos momentos altos desta noite, para mim inesquecível.
Apresentou o seu novo album "A mãe" e misturou algumas musicas antigas,com várias participações do Cinema Ensemble, Orquestra Sinfonieta de Lisboa, o cantor argentino Melingo e Stuart Staples.
As vozes entranharam-se na música.
As minhas preferidas foram Sol, Voltar, Vida tão estranha, This lights holds so many colours, No sè nada e Cathy.
O mesmo Rodrigo Leão que eu vi a assistir ao concerto de Tindersticks no coliseu no dia 13 de Fevereiro anunciou com orgulho a presença de Stuart Staples no seu concerto. Este entrou em palco, a musica começou a tocar e a voz aveludada do Stuart misturou-se com uma melodia única e nostálgica do outro mundo.
"This light holds so many colours" com uma bonita letra de Stuart Staples foi um dos momentos altos desta noite, para mim inesquecível.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
E hoje é dia de...
Rodrigo Leão (com a bonita participação de Stuart Staples)
Infelizmente é no Casino Estoril. Espero não ficar rodeada de tias ou que pelo menos estas estejam caladinhas.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Sensações LXXXIV
Gostava mesmo de ter uma semana de férias.
Gostava de:
Levantar-me tarde todos os dias.
Ir à praia todos os dias.
Nadar todos os dias.
Comer gelados todos os dias.
Andar calmamente todos os dias.
Beijar todos os dias.
Fazer amor todos os dias.
Jantar fora todos os dias.
Dançar todos os dias.
Ver as estrelas à noite, todos os dias.
Não fazer nada todos os dias.
Gostava de:
Levantar-me tarde todos os dias.
Ir à praia todos os dias.
Nadar todos os dias.
Comer gelados todos os dias.
Andar calmamente todos os dias.
Beijar todos os dias.
Fazer amor todos os dias.
Jantar fora todos os dias.
Dançar todos os dias.
Ver as estrelas à noite, todos os dias.
Não fazer nada todos os dias.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Something new
Entrou na primeira carruagem do metro. Ficou ao pé da porta. Olhou para o lado e viu-me. Sorriu. Sorri.
Olhou para a porta. Olhou para mim novamente.
Disse-me olá e disse-me o seu nome.
E estendeu-me a mão.
O nome, o nome, sempre aquele nome – pensei.
Apertámos a mão e também lhe disse o meu nome.
Falámos naquela tão curta viagem.
Hoje estamos atrasados. Despedimo-nos.
Saí para a rua.
Gosto mesmo do cabelo dele…
Olhou para a porta. Olhou para mim novamente.
Disse-me olá e disse-me o seu nome.
E estendeu-me a mão.
O nome, o nome, sempre aquele nome – pensei.
Apertámos a mão e também lhe disse o meu nome.
Falámos naquela tão curta viagem.
Hoje estamos atrasados. Despedimo-nos.
Saí para a rua.
Gosto mesmo do cabelo dele…
terça-feira, 2 de junho de 2009
segunda-feira, 1 de junho de 2009
O livro que estou a ler muito devagar
"- Tenho de lhe explicar porque vim até aqui – disse Jaimemorto. – Andava à procura de um recanto sossegado para fazer uma experiência. Vejamos: pense cá no meco como se fosse uma capacidade vazia.
- Um tonel? – propôs Ângelo. – O senhor bebeu?
- Não – disse Jaimemorto. – Estou vazio. Só tenho gestos, reflexos, hábitos. Mas quero encher-me. É por isso que psicanaliso as pessoas. Mas o meu tonel é um tonel das Danaides. Não assimilo nada. Fico-lhes com os pensamentos, com os complexos, com as hesitações, e no fim nada me resta. Não assimilo ou assimilo bem demais… o que vai dar no mesmo. É claro que retenho algumas palavras, algumas fórmulas, alguns rótulos; conheço quais os termos que se devem empregar para as paixões, para as emoções, mas a estas não as sinto."
O Arranca Corações - Boris Vian
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